O galeão é provavelmente a embarcação mais conhecida do período dos descobrimentos, fama essa, obtida pelos galeões espanhóis, que vinham das Américas carregados de riquezas, e eram assim uma tentação para corsários e piratas europeus e africanos.
No entanto, o galeão português foi igualmente uma embarcação marcante, principalmente em termos militares. Não é comummente aceite pelos investigadores, a origem do termo "galeão" e o início da sua produção. Tal como a Nau, era um navio redondo, as linhas do casco eram mais afiladas e o bordo mais baixo, o mesmo acontecendo com os castelos de popa e proa, o que permitia maior maneabilidade. Era composto por quatro mastros, os da vante (grande e traquete) com pano redondo, e os da ré (mezena e contra-mezena) com pano latino. Esta configuração permitia distingui-se da nau pelo aumento do mastro da contra-mezena, junto à popa.
Não era muito clara, na época, a diferença entre nau e galeão, que não fossem a referidas alterações nos mastros e velas. Acredita-se até, que o galeão tenha surgido das características da Caravela de Armada e a Nau armada.
Em 1534, Portugal aparentou o maior navio de guerra da Europa. O Galeão São João Batista, que integrava 366 peças de bronze distribuídas por 5 baterias e uma envergadura de 1000 toneladas. Tamanho potencial deu-lhe a alcunhe de "Botafogo".
Curiosamente, este não foi o galeão mais famoso da frota portuguesa. Esse chamava-se São Martinho, e foi o escolhido para comandar a Armada Invencível (conhecido como San Martin).