A Descoberta da Austrália atribui-se oficialmente, a holandeses e ingleses. No entanto, existem vários mapas, com datas anteriores as essas descobertas, onde é referida a Austrália, com alguma variante do nome "Java" ou simplesmente com o recorte da sua costa desenhado nesses mapas.
Os factos aqui apresentados, são de que, os primeiros contactos europeus com o território teriam sido efetuados pelos portugueses. Embora não haja registos nos arquivos históricos, surgiram vários e diversificados indícios do acontecimento dessas viagens.
São identificadas como três, as viagens possíveis de terem chegado a terras australianas: Diogo Pacheco-1520, Cristóvão de Mendonça -1522 e de Gomes Sequeira - 1525.
Diogo Pacheco, filho do célebre navegador e explorador Duarte Pacheco Pereira, que segundo relatos de João de Barros e Manuel de Faria e Sousa, partiu de Malaca em 1519 em direcção a sudeste. Depois de várias escalas em vários portos é referido que os navios se encontravam em águas baixas e que numa praia são atacados, tendo sido Pacheco morto. João de Barros afirma que "Diogo foi o primeiro de nós a perder a vida por descobrir a ilha de Ouro".
Mais tarde, Manuel de Faria e Sousa afirma que "Diogo Pacheco perdeu a vida com muitos outros num naufrágio enquanto fazia pesquisas com dois navios na ilha do Ouro".
Os relatos destes dois cronistas, embora separados pelo tempo, vão ao encontro de alguns aspetos da viagem como as duas embarcações utilizadas e a batalha travada na praia. Essa praia deve ser algures em Napier Broome Bay, uma vez que, se navegarmos para sudeste a partir de Malaca, como relatado, é essa a zona australiana que aparece. Exatamente nessa zona, em 1916 foram encontrados dois canhões, que depois de analisados, chegou-se à conclusão que eram utilizados em caravelas e naus. Um deles apresenta uma marca de uma roseta e coroa portuguesas...
Costa australiana
Outra prova que indicia a presença de "estranhos" naquela zona do território australiano é o facto de em 1838, a sul de Napier Broome Bay, em Kimberley, ter sido encontrado numa gruta uma gravura do que parece tratar-se um sacerdote, devido às vestes alongadas e um capuz. Em Wandjinas foi encontrada outra gravura, desta vez de algo que se parece com um soldado.
Quanto a uma outra viagem, de Cristóvão de Mendonça em 1522, depois do "fracasso" da viagem de Diogo Pacheco, o rei D. Manuel, sabendo dos preparos da Viagem de Magalhães, terá ordenado uma nova viagem à "Terra de Ouro". Os cronista portugueses referem que Cristóvão de Mendonça foi incumbido dessa missão. As crónicas falam de viagens efetuadas pelas ilhas das especiarias em 1521. Depois, o nome de Mendonça desaparece dos relatos, surgindo de novo em 1527 numa viagem de Portugal para Ormuz! Não parece haver nenhuma razão para Mendonça não ter cumprido a missão que lhe foi entregue em 1521. A falta de registo vem no entanto, ao encontro da política implementada por Portugal, de ocultar ao máximo os registos das suas viagens.
A grande "prova" do rumo seguido por Mendonça é um conjunto de mapas conhecidos como...Atlas Vallard! Este Atlas encontra-se em na Huntigton Library, San Marino, Los Angeles. O nome deriva de Nicolas Vallard, um empresário, e é composto por 15 mapas desenhados em pergaminho.
Está comprovado que estes mapas foram realizados a partir de mapa português no sec. XVI. Nele, são identificados inúmeros topónimos de origem portuguesa, referentes às características da costa. Não se sabe ainda como o original foi parar a França. O seu conteúdo reflete praticamente todo o mundo conhecido na época e tem a particularidade de o Sul estar orientado no topo. Todas as zonas referentes a costas marítimas são reconhecidas, mas na zona denominada "Terra Java" algumas zonas são identificadas com a Austrália menos na zona de Quensland, quando a costa se dirige para leste... Este facto deve-se a um erro dos reprodutores do mapa a partir dos originais, que se encontravam separados, que ao juntar os mapas para ordenar as terras conhecidas, realizaram a união da forma que lhes pareceu adequada. Reordenado o mapa dessa zona, a Austrália aparece ainda mais evidente! Além do recorte da costa neste mapa ser praticamente o mesmo de um mapa atual australiano, os termos dos acidentes costeiros, transcritos refletem termos portugueses usados para nomear tais acidentes em vários locais explorados pelos portugueses no mundo. Um grande exemplo das características da costa ser fiel ao atual é o caso do Ningaloo reef, costa ocidental da Austrália. Este enorme recife de coral está referenciado do mapa Vallard praticamente no mesmo local do actual...um aviso para os navegantes!
Nova Zelândia
Mais factos da descoberta daqueles mares pelos portugueses, podem ser encontrados nas publicações:
Peter Trickett e os portugueses na Austrália
Segredos da Descoberta da Austrália pelos Portugueses