Nau

    Depois da passagem do Cabo da Boa Esperança, por Bartolomeu Dias em 1488, estava aberta a perspectiva para viagens mais longas, com maiores períodos de tempo sem pisar terra. Assim, reconhecidas as limitações da caravela, teria que surgir a adaptação de uma embarcação de maior porte - a Nau.


    Esta embarcação era composta por duas cobertas. A primeira, desde a vante à ré, abrigava o porão de carga, os toneis da aguada, os paióis de mantimentos, cabo, pano, e munições. A segunda à proa constituía o pavimento do castelo de proa e à ré a tolda do capitão. Estruturada com três mastros e cestos da gávea nos dois de vante. Utilizava um pano redondo (quadrado) nos mastros da frente e latino no de mezena para ajudar a orça do barco. A tripulação ia de 25 a 30 homens. Desde o séc. XVI até ao séc. XIX, evoluiu de 100 toneis de capacidade até mais de 900.

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    Embora muitas naus tivessem ficado famosas pelas riquezas que transportaram, a mais célebre foi a S. Gabriel , por ter sido a primeira a ligar a Europa à África oriental e Ásia, em 1498 com Vasco da Gama.

    No séc XVI, as potências europeias lutavam por dominar os mares, passando a haver uma enorme tentativa de inovar no armamento naval. Assim, Portugal e Inglaterra tinham naquela altura os dois navios mais poderosos; A «Henry Grace a Dieu» da Inglaterra, e a Nau «Santa Catarina do Monte Sinai» de Portugal. Este último estava armado com um grande numero de canhões (superior a 100) com menor calibre que o rival inglês, mas maior alcance (o que seria mais vantajoso em combate).